domingo, 24 de agosto de 2014

O que mudou, para que tantas pessoas sofram com a OBESIDADE?


O que nos   trouxe a vida moderna, que aumentou tanto a obesidade?
Hoje a obesidade é uma doença endêmica, e infelizmente somente agora está despertando a consciência de profissionais para tratar e prevenir essa doença.

Várias condutas de tratamento precisam ser utilizadas para o tratamento e combate da obesidade.  Por isso, uma equipe multiprofissional garantem resultados eficazes e duradouros.
A obesidade é uma doença, que junto a ela, vem atrelado uma série de prejuízos para a saúde.
A melhor maneira de fazer a prevenção é mudar o estilo de vida.
Quando falamos mudar estilo de vida, incluímos dieta mais saudável, atividade física regular, deixar vícios (tabaco, álcool, outros), tomar muita água, qualidade do sono, reduzir o stress buscando alivio em atividades prazerosas (mais tempo com a família, lazer, etc) e fazer visitas regulares ao médico para se certificar que tudo corre bem.
Isso tudo proporcionará melhora na  qualidade de vida, e a obesidade será reduzida.
A dieta brusca não irá sanar o problema, é preciso mudança nos hábitos alimentares e no estilo de vida.
Muitas vezes mudar a dieta ajuda mas ainda não é suficiente, se faz necessário procurar profissional competente para identificar o motivo da obesidade, pois muitos fatores podem contribuir para o aumento do peso.
Precisamos saber quando iniciou o problema e quem é o culpado.
O “tratamento” precisa ser continuo, mudando hábitos para sempre.
Pois,  se somente as diversas dietas existentes fossem suficientes, a obesidade não estaria aumentando a cada ano, afinal quem nunca fez uma dessas dietas?
Infelizmente, na maioria das vezes, os quilos  perdidos voltam e o problema continua.
Então percebemos que esse problema é bem maior do que imaginávamos, e precisa de mais cuidados.
Existem muitas dietas bem elaboradas e que funcionam mesmo, mas por um período, depois de algum tempo, em média um ano, a pessoa volta a engordar.
Isso fica fácil entender, pois a restrição de proteínas, ou carboidratos, ou gorduras, farão com que cada refeição seja menos calórica, consequentemente ocorrerá a perda de peso. Mas praticamente ninguém consegue viver pra sempre sem um desses macronutrientes, e quando a pessoa volta a consumi-lo nas mesmas quantidades, rapidamente o peso aumenta.
Também não seria saudável deixar de consumir um desses macronutrientes por longo período, pois para nossa saúde todos são indispensáveis. Devemos saber selecionar a qualidade e quantidade a ser ingerida.
Ainda temos hoje tantas facilidades da vida moderna que facilitam ganhar peso, já que gastamos menos energia para executa-las.
Não usamos escadas, pois temos escadas rolantes, elevadores. Em alguns lugares como shoppings, aeroportos, não precisamos nem caminhar, existem esteiras rolantes.
Em casa, não levantamos para mudar o canal da TV ou aumentar/baixar o som, fazemos tudo sem sair do sofá.
Passamos muito tempo sentados, seja no sofá, seja no transito, seja no trabalho. Grande parte do tempo, a maioria não se exercita.
Muitas vezes engordar é questão de matemática, a pessoa consome mais do que ela gasta.
Mas por que ela come mais do que gasta? Por compulsão? Por distúrbio emocional? Precisa ser avaliado por profissional competente, como um psicólogo por exemplo. Outras vezes não come tanto assim, mas come errado, combinações erradas, horários errados, então uma nutricionista poderá organizar isso.
Mas existem outros fatores que precisam ser avaliados, pois muitos não comem tanto e também engordam.  A causa pode ser hormonal, então é necessário a avaliação de um medico endócrino.
Ou ainda poderá ter alguma patologia que dificulta muito a perda de peso, devido ingesta de muitos medicamentos, retenção hídrica...etc.
Como vemos, muitas podem ser as causas, por isso muitos são os caminhos para buscar a solução para a obesidade de cada um. Um profissional educador físico pode ajudar em quase todos os casos.
Chegamos a conclusão que esta guerra não é contra a balança, mas sim contra uma doença.

Então ajustando e otimizando seu metabolismo, equilibrando corretamente as refeições , buscando o equilíbrio bioquímico, alívio do stress, encontramos mais saúde.
Quando o organismo se equilibra, ficando mais saudável, o emagrecimento ocorre naturalmente.
A maior novidade que temos hoje é a Nutrigenética, onde estuda-se tudo que tem relação com a nutrição e a genética de cada individuo. Dessa maneira, o tratamento será totalmente personalizado, atendendo plenamente as necessidades de cada pessoa.
Todas as terapias da medicina complementar, como acupuntura, massagens específicas, homeopatia, terapia ortomolecular, oligoterapia, yoga,  ou seja, técnicas que proporcionam o bem estar,   relaxamento, estimulação da circulação sanguínea e linfática, redução do estress, todas elas são bem vindas.  Pois todas podem  ajudar nessa batalha contra a obesidade.

O NHANES (National Health And Nutrition Examinaton Survev) sempre promove estudos importantes sobre a saúde dos americanos. Em 2011, foi divulgado que “Os americanos pesam hoje, em média, 11 Kg a mais do que há 25 anos!”
Sabemos que este problema não afeta somente os americanos.
Mas como isso aconteceu com os americanos para terem esse aumento abrupto de peso?
O que apurou-se foi que adolescentes americanos ingerem em média 275 calorias  a mais do que há 5 nos atrás, e dessas 275 calorias, somente 5 gr, ou seja, apenas 45 calorias é de gordura, e os carboidratos  somam 57 gr (228 cal).
Esse estudo demonstra que o consumo de carboidrato vem aumentando gradativamente. Hoje consumimos 11 vezes mais carboidratos do que gorduras se compararmos com os últimos 30 anos.
Mas o que escutamos nos últimos anos é que devemos reduzir a gordura apenas, como se a grande e única causa da obesidade fosse ela.
Temos as gorduras  “do bem”, e não podemos abrir mão delas.
Para combater isso tudo, as industrias farmacêutica e alimentícia lançaram produtos milagrosos como shakes, medicações, produtos lights, diets, mas mesmo assim, a solução não veio, mas conseguiram aumentar  muitos seus lucros.
O problema hoje é muito grave, foi divulgado pelo KIM ET AL. Obesity 15:1107, 2006, que existe uma epidemia de crianças com menos de 01 ano de idade sofrendo de obesidade.
Quais motivos levariam os bebês a ficarem obesos?
Ao longo dos anos, houve grande mudança no meio ambiente, no estilo de vida, e no consumo dos carboidratos.
Mas o grande problema está nos carboidratos que temos hoje á nossa disposição através das industrias alimentícias.
Carboidratos  feitos de produtos refinados, com muitas calorias, porém vazias, pobre em nutrientes, pobre em fibras, rico em conservantes, corantes e outras substâncias tóxicas ao nosso organismo.
Fomos alertados que as gorduras faziam um grande mal para o coração, então as industrias passaram a produzir alimentos com baixo teor de gordura.
 Mas alimentos com baixo teor de gorduras não são palatáveis, possuem um gosto muito ruim, para solucionar esse problema, começaram a acrescentar carboidratos em forma de HFCS – Low Fat/High Carb Diet, quer dizer High Frutose Corn Syrup ( xarope de milho com alto teor de frutose).
Esse  xarope de milho custa menos de 50% do que açúcar e adoça muito mais.
Hoje esse produto é utilizado em quase todos  os alimentos industrializados, em grande parte dos pães, molhos e bebidas.
Esse “veneno” chamdo HFCS  foi criado no Japão, em 1966, como alternativa barata para substituir o açúcar, mas o Japão nunca utilizou.
Em 1975, foi introduzido nos EUA, em época de crise.
Naquele momento fizeram boa economia, mas hoje vemos que o barato saiu muito caro, especialmente para a população americana, onde a obesidade cresce mais e mais a cada ano.
Hoje, o consumo dessa substância está aumentando.
Antes da segunda guerra mundial, o consumo era de 15 a 24 gr por dia.
De 1977 a 1978 a USDA divulgou que o consumo estava de 37 gr por dia, o que significava 10% de aumento no consumo de calorias.
Hoje, entre adolescentes, o consumo chega a 72,8 gr por dia.

Então podemos concluir, que esse tal  “HFCS” é de fato um dos culpados pelo aumento da obesidade, ou seja não só obesidade, mas todas as doenças relacionadas com o aumento do peso, e também a esteatose hepática (acúmulo de gordura no fígado).
Dr Victor Sorrentino, ensina que  “os bebês que até os 6 anos de idade,  nunca tiveram contato  gustativo com açucares, HFCS e alimentos industrializados, provavelmente nunca terá paladar para os mesmos, portanto não passarão por todos os problemas relacionados com o sobrepeso e a obesidade”
Por isso, sempre digo, devemos frequentar mais a feiras livres (frutas, legumes e verduras) e menos os hipermercados, pois neles encontramos muitas “armadilhas” para nossa saúde.
Alessandra Morgado

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