O que nos trouxe a vida moderna, que aumentou tanto a obesidade?
Hoje a obesidade
é uma doença endêmica, e infelizmente somente agora está despertando a
consciência de profissionais para tratar e prevenir essa doença.
Várias condutas
de tratamento precisam ser utilizadas para o tratamento e combate da
obesidade. Por isso, uma equipe
multiprofissional garantem resultados eficazes e duradouros.
A obesidade é uma
doença, que junto a ela, vem atrelado uma série de prejuízos para a saúde.
A melhor maneira
de fazer a prevenção é mudar o estilo de vida.
Quando falamos mudar
estilo de vida, incluímos dieta mais saudável, atividade física regular, deixar
vícios (tabaco, álcool, outros), tomar muita água, qualidade do sono, reduzir o
stress buscando alivio em atividades prazerosas (mais tempo com a família,
lazer, etc) e fazer visitas regulares ao médico para se certificar que tudo
corre bem.
Isso tudo
proporcionará melhora na qualidade de
vida, e a obesidade será reduzida.
A dieta brusca
não irá sanar o problema, é preciso mudança nos hábitos alimentares e no estilo
de vida.
Muitas vezes
mudar a dieta ajuda mas ainda não é suficiente, se faz necessário procurar
profissional competente para identificar o motivo da obesidade, pois muitos
fatores podem contribuir para o aumento do peso.
Precisamos saber
quando iniciou o problema e quem é o culpado.
O “tratamento”
precisa ser continuo, mudando hábitos para sempre.
Pois, se somente as diversas dietas existentes
fossem suficientes, a obesidade não estaria aumentando a cada ano, afinal quem
nunca fez uma dessas dietas?
Infelizmente, na
maioria das vezes, os quilos perdidos
voltam e o problema continua.
Então percebemos
que esse problema é bem maior do que imaginávamos, e precisa de mais cuidados.
Existem muitas
dietas bem elaboradas e que funcionam mesmo, mas por um período, depois de
algum tempo, em média um ano, a pessoa volta a engordar.
Isso fica fácil
entender, pois a restrição de proteínas, ou carboidratos, ou gorduras, farão
com que cada refeição seja menos calórica, consequentemente ocorrerá a perda de
peso. Mas praticamente ninguém consegue viver pra sempre sem um desses
macronutrientes, e quando a pessoa volta a consumi-lo nas mesmas quantidades,
rapidamente o peso aumenta.
Também não seria
saudável deixar de consumir um desses macronutrientes por longo período, pois
para nossa saúde todos são indispensáveis. Devemos saber selecionar a qualidade
e quantidade a ser ingerida.
Ainda temos hoje
tantas facilidades da vida moderna que facilitam ganhar peso, já que gastamos
menos energia para executa-las.
Não usamos
escadas, pois temos escadas rolantes, elevadores. Em alguns lugares como
shoppings, aeroportos, não precisamos nem caminhar, existem esteiras rolantes.
Em casa, não
levantamos para mudar o canal da TV ou aumentar/baixar o som, fazemos tudo sem
sair do sofá.
Passamos muito
tempo sentados, seja no sofá, seja no transito, seja no trabalho. Grande parte
do tempo, a maioria não se exercita.
Muitas vezes
engordar é questão de matemática, a pessoa consome mais do que ela gasta.
Mas por que ela
come mais do que gasta? Por compulsão? Por distúrbio emocional? Precisa ser
avaliado por profissional competente, como um psicólogo por exemplo. Outras
vezes não come tanto assim, mas come errado, combinações erradas, horários
errados, então uma nutricionista poderá organizar isso.
Mas existem
outros fatores que precisam ser avaliados, pois muitos não comem tanto e também
engordam. A causa pode ser hormonal,
então é necessário a avaliação de um medico endócrino.
Ou ainda poderá
ter alguma patologia que dificulta muito a perda de peso, devido ingesta de
muitos medicamentos, retenção hídrica...etc.
Como vemos,
muitas podem ser as causas, por isso muitos são os caminhos para buscar a
solução para a obesidade de cada um. Um profissional educador físico pode
ajudar em quase todos os casos.
Chegamos a
conclusão que esta guerra não é contra a balança, mas sim contra uma doença.
Então ajustando e
otimizando seu metabolismo, equilibrando corretamente as refeições , buscando o
equilíbrio bioquímico, alívio do stress, encontramos mais saúde.
Quando o
organismo se equilibra, ficando mais saudável, o emagrecimento ocorre naturalmente.
A maior novidade
que temos hoje é a Nutrigenética, onde estuda-se tudo que tem relação com a
nutrição e a genética de cada individuo. Dessa maneira, o tratamento será
totalmente personalizado, atendendo plenamente as necessidades de cada pessoa.
Todas as terapias
da medicina complementar, como acupuntura, massagens específicas, homeopatia,
terapia ortomolecular, oligoterapia, yoga, ou seja, técnicas que proporcionam o bem
estar, relaxamento, estimulação da circulação sanguínea
e linfática, redução do estress, todas elas são bem vindas. Pois todas podem ajudar nessa batalha contra a obesidade.
O NHANES
(National Health And Nutrition Examinaton Survev) sempre promove estudos
importantes sobre a saúde dos americanos. Em 2011, foi divulgado que “Os
americanos pesam hoje, em média, 11 Kg a mais do que há 25 anos!”
Sabemos que este
problema não afeta somente os americanos.
Mas como isso
aconteceu com os americanos para terem esse aumento abrupto de peso?
O que apurou-se
foi que adolescentes americanos ingerem em média 275 calorias a mais do que há 5 nos atrás, e dessas 275
calorias, somente 5 gr, ou seja, apenas 45 calorias é de gordura, e os
carboidratos somam 57 gr (228 cal).
Esse estudo
demonstra que o consumo de carboidrato vem aumentando gradativamente. Hoje
consumimos 11 vezes mais carboidratos do que gorduras se compararmos com os últimos
30 anos.
Mas o que escutamos
nos últimos anos é que devemos reduzir a gordura apenas, como se a grande e única
causa da obesidade fosse ela.
Temos as
gorduras “do bem”, e não podemos abrir
mão delas.
Para combater
isso tudo, as industrias farmacêutica e alimentícia lançaram produtos
milagrosos como shakes, medicações, produtos lights, diets, mas mesmo assim, a
solução não veio, mas conseguiram aumentar
muitos seus lucros.
O problema hoje é
muito grave, foi divulgado pelo KIM ET AL. Obesity 15:1107, 2006, que existe
uma epidemia de crianças com menos de 01 ano de idade sofrendo de obesidade.
Quais motivos
levariam os bebês a ficarem obesos?
Ao longo dos
anos, houve grande mudança no meio ambiente, no estilo de vida, e no consumo
dos carboidratos.
Mas o grande
problema está nos carboidratos que temos hoje á nossa disposição através das
industrias alimentícias.
Carboidratos feitos de produtos refinados, com muitas
calorias, porém vazias, pobre em nutrientes, pobre em fibras, rico em
conservantes, corantes e outras substâncias tóxicas ao nosso organismo.
Fomos alertados
que as gorduras faziam um grande mal para o coração, então as industrias
passaram a produzir alimentos com baixo teor de gordura.
Mas alimentos com baixo teor de gorduras não
são palatáveis, possuem um gosto muito ruim, para solucionar esse problema, começaram
a acrescentar carboidratos em forma de HFCS – Low Fat/High Carb Diet, quer
dizer High Frutose Corn Syrup ( xarope de milho com alto teor de frutose).
Esse xarope de milho custa menos de 50% do que
açúcar e adoça muito mais.
Hoje esse produto
é utilizado em quase todos os alimentos
industrializados, em grande parte dos pães, molhos e bebidas.
Esse “veneno”
chamdo HFCS foi criado no Japão, em
1966, como alternativa barata para substituir o açúcar, mas o Japão nunca
utilizou.
Em 1975, foi
introduzido nos EUA, em época de crise.
Naquele momento
fizeram boa economia, mas hoje vemos que o barato saiu muito caro,
especialmente para a população americana, onde a obesidade cresce mais e mais a
cada ano.
Hoje, o consumo
dessa substância está aumentando.
Antes da segunda guerra
mundial, o consumo era de 15 a 24 gr por dia.
De 1977 a 1978 a
USDA divulgou que o consumo estava de 37 gr por dia, o que significava 10% de
aumento no consumo de calorias.
Hoje, entre
adolescentes, o consumo chega a 72,8 gr por dia.
Então podemos
concluir, que esse tal “HFCS” é de fato
um dos culpados pelo aumento da obesidade, ou seja não só obesidade, mas todas
as doenças relacionadas com o aumento do peso, e também a esteatose hepática
(acúmulo de gordura no fígado).
Dr Victor
Sorrentino, ensina que “os bebês que até
os 6 anos de idade, nunca tiveram
contato gustativo com açucares, HFCS e
alimentos industrializados, provavelmente nunca terá paladar para os mesmos,
portanto não passarão por todos os problemas relacionados com o sobrepeso e a
obesidade”
Por isso, sempre
digo, devemos frequentar mais a feiras livres (frutas, legumes e verduras) e
menos os hipermercados, pois neles encontramos muitas “armadilhas” para nossa
saúde.
Alessandra Morgado |